O capim elefante (Pennisetum purpureum, Schum) é uma gramínea perene de alta produção de matéria verde (BRAGA, 2002). Originário da África tropical, hoje Zimbábue, na língua nativa é Zinyamuaga, que mais tarde foi trocado por capim-napier, para homenagear seu descobridor e principal divulgador para outros países. Possivelmente introduzido no Brasil em 1920, no estado do Rio Grande do Sul, com material oriundo dos Estados Unidos, apresenta um porte alto, com grande capacidade de produção de alimento por unidade de área (MORAES, 1995). É uma monocotiledônea e como tal apresenta o colmo como uma parte fibrosa, mais dura, que forma a casca e uma medula com feixes vasculares. Sua estrutura morfológica é bastante semelhante à do bagaço de cana-de-açúcar e tem a seguinte composição: 65% de fibras e 35% de material não fibroso (AZEVEDO, 2000).Segundo Moraes et al. (1995), para a escolha das variedades a serem plantadas deve se observar as seguintes características: produtividade agrícola, período de maior produção, época de florescimento, recuperação ao corte, persistência. Dentre as principais variedades estão o Grupo Cameroon, Napier, Merker, Anão e híbridos.
Para Moraes (1995), o preparo do solo deve ser feito 3 meses antes do plantio, observando que as correções com calcário e fósforo na forma de fosfato natural, são indicadores para um êxito na cultura. As mudas do capim elefante podem ser feitas a partir de mudas enraizadas, que se obtém fracionando as touceiras e por canas inteiras. No corte são deixadas 4 gemas por pedaço do colmo para impedir a migração dos nutrientes a partir do meio para as extremidades, que ocorre nos colmos inteiros.
A distribuição dos colmos pode ser feita em sulcos ou em covas. Em sulcos devem ser de 80 a 120 cm entre as linhas. Já dentro das linhas, as mudas ficam distantes de 50 a 70 cm. O plantio deve ser feito na estação chuvosa, em regiões com período de seca, ou nas épocas mais quentes no sul do país (MORAES, 1995).
Segundo Seye et al. (2000), o capim elefante é uma gramínea com boas perspectivas de produção em larga escala. Experimentos conduzidos no Instituto de Zootecnia de Nova Odessa - SP, dentro do projeto PIB (Programa Integrado de Biomassa, coordenado pelo Instituto de Pesquisa Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) e financiado pela FINEP avaliaram 7 variáveis de cultivo e uso de capim elefante, sendo um de queima direta da gramínea. A queima direta de Capim Elefante é realizada em forno intermitente do tipo utilizado na indústria de cerâmica estrutural. Os resultados indicam que a problemática do uso deste tipo de gramínea como alternativa para essas indústrias reside principalmente na alimentação mecânica comumente utilizada na indústria de cerâmica vermelha, sendo projetada para operar com material de alta densidade a granel.
Para Moraes (1995), o capim elefante apresenta grande capacidade de produção em condições de boa fertilidade e doses altas de matéria orgânica, chegando em torno de 50 toneladas por ha/ano, em condições de boas precipitações ou irrigação. Devido a esse alto potencial de produção de matéria seca, alguns estudos demonstram significativas respostas a adubação nitrogenada da ordem de 1.800 kg de nitrogênio/ha/ano. Todavia, as doses mais eficientes estão próximas de 450 kg/ha/ano (ANDRADE, 2000).
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